quarta-feira, abril 08, 2009

Entrevista à jogadora Catarina Teles

"Acho que temos um grupo fantástico, no qual tive o privilégio de ter entrado."

Apesar de ser a mais recente "aquisição" do grupo leiriense, a Catarina já jogava voleibol quando a Mariana tinha quatro anos. De maneira que, experiência não lhe falta! Sempre animada e bem disposta, a nossa consultora imobiliária ("erinha" como ela gosta) sonha em vender a quinta para, sabe-se lá (!) abrigar todos os animais do mundo, em especial os gatos que ela tanto adora!


Quais os desportos que já praticaste?
Sempre joguei voleibol, nunca pratiquei outro desporto.

Quando e como te iniciaste no voleibol?
Comecei a jogar voleibol quando tinha 10 anos. A minha irmã jogava no Sport Operário Marinhense e eu comecei a ir treinar também com ela. Apesar de ter uma grande diferença de idades relativamente às atletas que lá andavam, deu para começar a minha formação no voleibol. Aprendi muita coisa naquele primeiro ano. Posteriormente, formei uma equipa de iniciadas com o treinador Armando Agostinho e a partir daí passei a jogar com pessoas da minha idade.

Durante a tua fase de aprendizagem houve alguma atleta em que te inspirasses? E Actualmente?
Nunca tive uma “atleta referência”, se assim se pode chamar. Lembro-me de algumas atletas mais velhas que me marcaram nalguns momentos, como o caso da Filipa Duarte, que para mim é a atleta mais completa em termos técnicos, quer seja no voleibol de pavilhão, quer seja no de praia.

Quais os clubes que já representaste?
Comecei a jogar voleibol no Sport Operário Marinhense e foi lá que joguei sempre. O ACJ foi o único clube que representei para além do Marinhense.

Qual o momento que elegerias como “momento de eleição” na tua carreira de voleibol?
O momento alto da minha carreira foi quando tive o privilégio de integrar a Selecção Nacional de Cadetes Femininos. Ainda que considere que tenha sido um erro de casting, para mim representou o resultado de tudo aquilo que trabalhei ao longo de 7 ou 8 anos de treinos e jogos no Marinhense. Chegar à Selecção Nacional mostrou-me que “quem corre por gosto, não cansa” e, de facto, foi uma recompensa por tudo aquilo que deixei para trás para me dedicar ao voleibol.

E qual o momento que consideras como o pior?
Pelo lado negativo destaco uma má fase física, durante a qual tive lesões que nunca mais acabavam. Quando curava uma, vinha outra e estive parada vários anos devido a uma lesão na coluna que me impediu de jogar da forma que queria.

Há algum jogo que te tenha ficado na memória para sempre?
Vários… Destaco um jogo que levou a minha equipa, na altura de juniores, a passar à fase concentrada do campeonato nacional. Era necessário ganhar ao CAIC 3-0, não podíamos perder nenhum set e foi isso que fizemos. Raramente ganhávamos ao CAIC e quando isso acontecia nunca ficávamos pelos 3-0. Eram sempre jogos muito renhidos e bem disputados. E naquele jogo, tínhamos que ganhar 3-0 e ganhámos. Caso contrário, não teríamos passado à final four. Lembro-me também de um jogo contra o ADMaristas, quando estávamos a perder 14-2, na negra, e acabámos por ganhar o jogo por 17-15.




Qual a tua opinião sobre o actual grupo de trabalho?
Se dissesse tudo o que penso do grupo de trabalho ficava aqui até amanhã. Mas vou aproveitar este espaço para fazer um agradecimento que nunca foi feito porque não surgiu oportunidade. E o que quero agradecer é a forma como fui recebida por todas as atletas deste grupo de trabalho. Fizeram-me sentir em casa e permitiram que me integrasse com facilidade. E o que tenho para dizer deste grupo são só coisas boas. Acho que temos um grupo fantástico, no qual tive o privilégio de ter entrado. Tenho aprendido bastante com cada uma das atletas do ACJ. Em termos técnicos, temos uma equipa com força de vontade, que quer chegar mais longe. Temos algumas limitações técnicas e de número de atletas, mas somos um grupo bastante unido, com um espírito de grande companheirismo, seja dentro ou fora de campo.

Como te defines em campo? Achas que a posição em que jogas é a tua cara?
Para mim não é fácil responder a esta pergunta, por duas razões. Primeiro porque não consigo fazer uma definição do meu comportamento em campo. Posso apenas dizer que, como jogo há algum tempo, o campo, a rede e a bola já não me “assustam”, se é que me faço entender. Encaro cada jogo como se fosse o mais importante de todos e tento, como todas as minhas colegas, fazer o meu melhor em cada bola. Relativamente à posição em que jogo… Este ano já fui libero e já estive a passar. Não me identifico com nenhuma destas posições. A primeira porque acho que defender e receber não é o meu forte e a segunda porque nunca tinha desempenhado este papel nos 14 anos que joguei voleibol. Não foi uma adaptação fácil, mas é um “esforço” que faço com gosto, se assim puder ajudar a minha equipa. Como todos os anos em que joguei voleibol sempre fiz entradas, é essa a posição com que mais me identifico sem dúvida nenhuma.

Qual a característica que mais se evidencia na tua equipa, na tua opinião?
Julgo que o nosso ponto forte é a disciplina que temos na defesa. Não tanto na recepção, mas mesmo assim julgo que desempenhamos melhor as posições de defesa do que as de ataque.
Quem são para ti as equipas mais fortes deste campeonato A2 desta época?
O Clube de Volei de Oeiras, pela homogeneidade de todo o grupo. E o Arcozelo, pelo plantel de atletas que tem, experientes e “fortes” em termos de ataque e organização táctica.

Na tua opinião, o que é importante para ser uma boa atleta?
Acho que a característica fundamental para se ser uma boa atleta é a humildade. A predisposição para estar a aprender constantemente, com quem sabe mais e com quem sabe menos. Tudo o resto vem por acréscimo.
Que conselho darias a quem quer seguir no voleibol?
Que comece cedo a jogar voleibol, porque há coisas básicas que se aprendem numa idade certa. E que depois, com o passar do tempo, saem naturalmente, sem termos que estar a pensar como as vamos fazer. E depois aconselho também a ter uma atitude humilde e de abertura a uma constante aprendizagem, bem como a força de vontade para ir sempre mais longe. Houve uma frase que me disse o seleccionador nacional na altura em que lá estive, que nunca mais me saiu da cabeça que foi: “somos capazes de aguentar coisas que nem nós próprios imaginamos”.

Imaginas a tua vida sem praticar voleibol?
Não. Definitivamente, não.

Para que consigamos também conhecer-te como és fora do desporto propomos 15 questões de resposta imediata:
1 Cor... - Azul
2 Roupa... – A farda da ERA!!! (ehehehe)

3 Férias... – Na praia, seja lá em que País for. Só tem é que ser na praia.

4 Música... – As da minha tuna: As Fans!!! (eheheh)

5 Comida… - Frango!

6 Vicio… - Petit Gateaux (lol)

7 Hobbies… - há sempre tempo para a tuna e para as danças latinas

8 Livro… - A Praia Roubada (Joanne Harris)

9 TV... – O filme da minha vida: “música no coração”

10 Desporto… - voleibol

11 Viagem… - Áustria

12 Sonho duma vida… - vender a quinta! :P

13 ACJ… - um privilégio que se atravessou no meu caminho e que tive o prazer de agarrar.

2 comentários:

Anónimo disse...

parabens catarina por esta excelente entrevista, muito honesta e sincera, ou seja, foi mesmo a tua cara! continua a viver a tua paixao pelo volei sempre com essa intensidade mas nao te esqueças que nas danças é que és feliz :P jokinhas fofas amiga

Luísa #2 disse...

Obrigado por teres vindo para o ACJ =) esta entrevista faz-me sentir mm uma novata ao pé de ti =')BeijInhOs * * * * *